Tuesday, October 6, 2009

Walmir







Existem coisas na vida que somente Deus pode explicar.
Hoje sorrimos, amanhã choramos, plantamos, amanhã colhemos... tudo tem o seu tempo.
E assim como o bom filho volta ao Pai, assim nos deixou o Walmir para ir aos braços do Pai.

Sempre brincalhão e de bem com a vida, o Walmir era um servo abençoado, pai de uma linda família, músico e ótimo cabelereiro.

Sempre quando nos encontravamos, principalmente na barbearia, nós gostavamos de falar de música.
Da última vez que nos falamos foi no msn. Estava todo orgulhoso por mexer sem a ajuda das universitárias (as filhas).
Quando criança eu curtia muito vendo ele tocar contra-baixo e cantar com aquela voz aveludada.
Quando a minha mãe (tia Nikita) me mandava cortar o cabelo eu sempre queria cortar com ele. Mesmo tendo que ficar esperando horas pra ser atendido. Ele só atendia com horário marcado! Chique...

Perdi as contas das vezes que fiquei sentado e com aventalzinho esperando ele voltar do almoço. rss
Esse é o Walmir!

Pois é... cansamos de esperar por ele, agora é ele quem está esperando por nós lá na glória.

Mas é só por um tempo!

Enquanto isso seguimos por aqui trazendo as lembranças gostosas e seguindo os mesmos passos desse servo de Deus.

"Tudo tem o tempo determinado debaixo do céu..." Eclesiastes 3

Canção: Lá verei - Voz da verdade

1 comment:

  1. Só ele pode explicar mesmo. Gostaria de ter uma palavrinha com ele e obter resposta olho no olho. Perguntar porque pessoas que são seguidoras de sua palavra, dedicadas, bom pai, bom marido, humildes, e por aí vai, são testadas ao extremo, chegando ao ponto de perderem sua vida. Deixando seus queridos aqui na terra sofrendo com sua ausência, vivendo de recordações e saudades. Com a promessa de que algum dia todos se reencontrarão na eternidade. Presenciei tristemente juntamente com uma multidão que foi dar o último adeus ao seu sepultamento. Seus pais, suas filhas, e esposa aos prantos não aceitando a lastimável partida. Passou um filme na minha mente, minha infância, minha juventude, onde eu por várias vezes atuei com o Valmir. Ví ele jogando bola uniformizado todo final de semana no campo de várzea do Jardim Miriam, que hoje não existe mais, e devido minha pequenez era um estádio de tão grande. Quando tinha um momento de folga no salão ví ele empinando pipas, e ele sabia fazer umas pipas da hora e fazia pra mim uns peixinhos pequenos de folha de revista que voavam bonito. Ví como se fosse hoje o ensaio da banda da escola para o desfile de sete de setembro na Avenida Cupecê, e lá estava o Valmir marchando e tocando, só não lembro o instrumento. Lembro das noites em que dormia na casa dos meus tios juntamente com meu irmão Jaime e o Valmir ficava tentando assustá-lo sabendo do medo que ele tinha em dormir no escuro. E o fusca amarelo limão? Com um painel de luzes coloridas junto ao rádio que piscavam conforme a tonalidade da música. Quando ele passava a noite em frente a escola em que eu estudava, o Habib. Meus amigos falavam: Olha só que fusca da hora. E eu: É meu primo. Todo orgulhoso.
    Saudades e saudades, ele tocando baixo com os dedos leves, cantava bem, era sempre bem humorado com tiradas irônicas e inteligentes. Nós batendo um futebol de salão praticamente em família, só os meus irmão é um time de salão completo. Casamentos de familiares que nos encontráva-mos, velórios, festa de igreja.
    Se for uma brincadeirinha do criador para que o reencontro seja impactante é uma brincadeirinha de muito mau gosto. Sou um simples humano, tenho direito de não entender essa partida e questionar.

    Que Deus conforte a família.

    Valmir, valew!

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